Viajando para França depois de 7 dias da 2ª dose de vacina contra Covid-19 – Leitor de Primeira

Leitor de Primeira

Por Raimundo Junior

Hoje no quadro #LeitorDePrimeira vamos mostrar a epopeia do nosso leitor Allan Cortez, para viajar à França logo no início da reabertura das fronteiras, quando ainda estavam dúbias as regras sobre o prazo a cumprir após a segunda dose da vacina contra Covid-19.

Leitor de Primeira Suiça


Relato de Primeira

Como Allan ainda continua em viagem, e deve demorar a retornar, hoje vamos fazer um relato num formato diferente. Allan conversou por telefone com esse editor, a quem passou todos os detalhes da viagem, que repassou para o “papel”.

  • A decisão de viajar – reaberturas de Suíça e França

Viajante frequente ao destino Europa, onde inclusive faz parte dos seus treinos de ciclismo, Allan contava os dias para poder retornar ao velho continente, especialmente seus destinos usuais, que são Portugal e Espanha.

Quando foi anunciada a reabertura da Suíça aos brasileiros, ele começou a elaborar os planos, mas sem poder cravar o resgate, já que ainda estava com a segunda dose da vacina (Pfizer) pendente.

Nesse intervalo, foi anunciada a reabertura da França, com regras que pareciam ainda mais benéficas, pois bastaria esperar uma semana após a segunda dose da vacina.

Recebida a segunda dose de vacina, era hora de partir para os resgates. A dubiedade das regras, entretanto, foi um fator a ser enfrentado.

  • Interpretação conflitante de regras

Como falamos antes, Allan contava os dias para viajar à Europa. Tomada a segunda dose, queria aproveitar a regra mais benéfica da França, que estabelecia apenas 7 dias após a segunda dose.

Bem, essa era a regra que parecia clara, como mesmo postamos aqui no Passageiro de Primeira, mas havia outras interpretações sobre esse prazo, inclusive com aparente conflito no site do próprio governo francês.

Na página geral do governo francês dedicada às informações sobre Covid, inicialmente era mostrado o prazo de duas semanas após a segunda dose, enquanto o site do Ministério do Interior da França, mostrava a regra de apenas uma semana (7 dias).

Mais tarde, o site do governo francês foi corrigido, unificando o prazo para 7 dias após a segunda dose, no caso de vacinas de duas doses.

Mas, muito provavelmente em decorrência das informações desencontradas do início, houve estabelecimento de regras conflitantes entre as empresas aéreas.

Qatar Airways e Emirates, por exemplo, estabeleceram 14 dias nas informações oficiais em suas páginas.

LATAM e Air France, 7 dias (uma semana), sendo que a LATAM, num primeiro momento, também trouxe a informação de duas semanas.

Aliás, na LATAM a confirmação só foi feita pelo Special Service, depois que foi realizado o embarque do primeiro voo após a reabertura, quando confirmaram via WhatsApp (exclusivo do cliente Black Signature, que é o caso de Allan), que o governo da França estaria aceitando, de fato, a entrada após uma semana da segunda dose da vacina.

Mas, essa confusão iria trazer “trabalho” e adicionar emoção extra à viagem, como vamos ver a seguir.

  • Emissão de bilhetes Voo do Brasil com 9 dias da vacina (2ª dose)

Prevendo que poderia ter algum problema, Allan usou a seu favor a regra hoje em vigor no LATAM Pass, de cancelamento gratuito para os clientes elite, para tentar chegar ao destino, ainda que uma má interpretação no caminho, pudesse trazer algum inconveniente.

Primeiramente, emitiu um bilhete NAT-GRU-CDG, em Classe Econômica da própria LATAM, pensando em utilizar o benefício do upgrade ilimitado para Classe Executiva, por ser cliente Black Signature.

Mas, como estava com (muita) saudade de voar, e não tinha compromisso com a data da chegada, sua preferência era outra: aproveitar para curtir a bela Classe Executiva Qsuite, da Qatar Airways, no incrível sweetspot que mostramos nos Resgates de Primeira, GRU-DOH-JNB, e na sequência, voltar à Europa com outro ótimo resgate: JNB-DOH-CDG.

Entretanto, já sabia que poderia ter problemas com a interpretação da companhia sobre as regras de entrada na França, por isso emitiu mais um bilhete (coringa) DOH-CDG, uma vez que a viagem ocorreu com apenas 9 dias após a segunda dose. E como você verá adiante, essa cautela foi fundamental!

O primeiro problema começou com um erro na emissão do bilhete. O resgate para voar JNB-DOH-CDG, era para o dia 29/07, no mesmo dia da chegada do voo DOH-JNB (tudo normal, para nós que somos avgeeks! rs), mas a atendente confundiu as datas e fez a emissão pra o dia 29/09 (dois meses depois, certamente por não acreditar que ele voltaria no mesmo avião! rs).

Infelizmente, o erro só foi notado faltando dois dias para a viagem, e quando foi feita a reemissão, o trecho JNB-DOH não tinha mais vaga em Classe Executiva.

Por sorte, havia um layover de quase 24h na conexão do primeiro bilhete (GRU-DOH-JNB), então reemitiu JNB-DOH-CDG, para um voo anterior, que ainda tinha vaga em Classe Executiva nos dois trechos. Mas, havia um problema: pra pegar esse voo, precisaria conseguir antecipar o voo do trecho de ida DOH-JNB, porque se pegasse o voo original (24h de conexão), chegaria em Joanesburgo depois da partida do voo de volta, o que atenta contra as leis da física! Rs.

Vamos ver como isso se resolveu.

  • A viagem

Com o sucesso em encontrar vagas para voar na Classe Executiva Qsuite da Qatar Airways, a primeira providência foi cancelar (gratuitamente) o bilhete original para voar LATAM, tirando proveito do benefício de ser Black Signature.

Emitiu, então, um bilhete de ligação NAT-GRU, para o início da tarde do dia (anterior à madrugada) do voo com a Qatar.

  • Natal-São Paulo

A emoção já começou aí. Por problema de trânsito e afins, acabou perdendo o embarque em Natal, e só conseguiu realocação em voo que o fez chegar em São Paulo pelo aeroporto de Congonhas, próximo ao fim da tarde.

Isso adicionou uma dose de drama à viagem, já que ainda precisava fazer o teste RT-PCR para embarcar, dado que seu destino original era Joanesburgo, para onde não é necessário estar vacinado, mas é exigido teste RT-PCR (acaso o voo fosse para Paris, precisaria a prova da vacina, mas não precisaria o teste).

Assim, chegou em Guarulhos por volta de 18h, para fazer o RT-PCR. Com isso, não teve como fazer check-in, para ter acesso às salas VIP, antes que recebesse o resultado do teste, o que demora entre 3h e 4h.

  • São Paulo – Doha

Apesar do tempo curto, o teste saiu a tempo de fazer check-in e dar uma passada no Lounges LATAM e Amex.

O embarque foi feito na hora marcada e o voo São Paulo – Doha transcorreu regularmente, com tempo para apreciar a excelente cabine da Classe Executiva Qsuite e bom serviço de bordo da Qatar Airways.

O pouso em Doha ocorreu às 23:45h, como agendado.

  • Mudando de rota: DOH-JNB para DOH-FRA

Desembarcado em Doha, era hora de botar em prática o plano de antecipar a ida a Joanesburgo, imprescindível para conseguir embarcar no voo de volta (JNB-DOH). Lembre que isso somente seria possível porque havia deixado um layover de quase 24h, pensando em aproveitar o Lounge Al Mourjan da Qatar Airways, em seu quartel-general.

O primeiro passo foi seguir no contrafluxo do raio-X, para ir até um balcão de atendimento da Qatar Airways. Explicado o caso, a primeira atendente, a priori, mencionou que seria possível fazer a mudança, para que ele embarcasse no primeiro voo rumo a Joanesburgo.

Entretanto, ao ver que se tratava de um bilhete-prêmio emitido por parceiro, disse não ser possível seguir com a alteração.

Com essa dificuldade, Allan então indagou sobre a viabilidade de abandonar a última parte do voo (DOH-JNB), para fazer uso do “bilhete coringa” que havia emitindo, especialmente pensando nessa hipótese, para voar direto entre DOH-CDG.

A atendente, então, ao ver que ele não cumpria os 14 dias da segunda dose da vacina, como constava das regras do site da empresa, negou o check-in e o encaminhou ao supervisor – que se encontrava de volta à área segura (pós raio-X).

O problema foi que entre o pouso do voo GRU-DOH, e a decolagem desse voo “alternativo” DOH-CDG, o intervalo era de cerca de 3h, o que tornou a situação tensa.

De início, o supervisor falou que não seria possível o embarque, já que as regras oficiais do site da companhia apontavam para o intervalo mínimo de 14 dias após a segunda dose.

Entretanto, ao ser confrontado com as regras do governo francês, ficou em dúvida e foi checar com os superiores. Passou a falar com diversos outros setores, mas a indefinição persistia.

Faltando cerca de uma hora e meia para o voo, tirou foto de todos os documentos necessários para a imigração na França, e enviou por e-mail para o time da Qatar Airways em Paris, que fez a checagem com as autoridades de imigração francesas, inclusive em relação ao prazo da vacina.

Finalmente, faltando cerca de 50 min para a partida, foi informado que o embarque seria permitido. Ainda assim, a informação não veio, de imediato, acompanhada do necessário cartão de embarque. Esse só chegou às suas mãos, faltando cerca de 40 minutos para a decolagem.

Apesar da pressa, Allan ainda teve a cautela de confirmar com o supervisor, se havia sido feita a troca da bagagem do voo Joanesburgo para Paris, tendo recebido resposta afirmativa.

Finamente, correu para a aeronave, com a pressa que a situação requeria, já que só está sendo operado um voo diário entre Doha e Paris. Perder esse voo seria mais um problema. Ufa!

  • Dois voos na melhor Classe Executiva do Mundo: Qsuite da Qatar Airways.

Para coroar essa toda essa luta, Allan conseguiu realizar os dois voos da viagem, na premiada e excelente cabine Qsuite, que é o modelo de Classe Executiva que equipa o Airbus A350-1000, que faz a rota GRU-DOH, e o Boeing 777-300, que operou o trecho Doha Paris naquela madrugada.

O voo, mais uma vez foi tranquilo, assim como a chegada e desembarque na França, que ocorreu sem qualquer intercorrência. Vale lembrar que a Qatar Airways, mesmo nesse voo de cerca de 7h, oferece o amenity kit completo, inclusive pijamas, algo raro na grande maioria das concorrentes.

  • A chegada na França

A entrada na França foi absolutamente tranquila, sem qualquer checagem adicional. Foi botar o desejado carimbo no passaporte e entrar na Europa pela “porta da frente”!

Em verdade, havia um problema que espreitava após o balcão da imigração: a bagagem, que se afirmou ter sido embarcada, em verdade havia ficado para trás.

Mas, falaremos sobre isso em outro post, tratando dos deslocamentos internos na Europa e a luta para receber a bagagem que havia ficado em Doha.


Comentário 

Como vemos, Allan foi um verdadeiro desbravador. Sua disposição de forçar a correta interpretação das regras do governo francês, certamente ajudaram a aprimorar a interpretação da Qatar Airways e de outras empresas, sobre o prazo correto (7 dias após a segunda dose). Isso, sem dúvida deve ter facilitado a vida de muitos outros viajantes que voaram após a sua “batalha”.

E você, pretende viajar para algum dos países que estão recebendo brasileiros vacinados?


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