Resgates de Primeira - Passagem em Primeira Classe de Singapura para Londres usando Krisflyer

Dando continuidade à série Resgates de Primeira, hoje mostrarei a quinta parte da sequência de voos que fizemos na viagem de Volta ao Mundo que finalizamos no início de outubro passado. Nesse resgate, tirei aproveitei que sou usuário frequente do programa Krisflyer, da Singapore Airlines, para emitir um voo exclusivo do programa da companhia cingapuriana – Singapore não libera Primeira Classe para parceiros, salvo em raríssimas rotas curtas – para voar de Singapura para Londres na deslumbrante First Class Suite do A380 da Singapore Airlines.

Vale lembrar que esse é um programa com acesso muito limitado no mercado doméstico, de modo que mesclo o envio de pontos do MR do Santander, com remessa – muitas vezes com bônus -, dos pontos do MR de cartões americanos.

E para os AvGeeks de plantão, esse é um resgate especial, não apenas porque é para voar na nova Suite do A380, flagship da frota da SQ, no primeiro trecho da viagem, mas porque dá acesso ao incrível The Private Room, que funciona dentro do novíssimo First Class Lounge da companhia, no T3 de Changi, em Singapura.

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O Resgate de Primeira
Quanto custa essa emissão?
Como fazer essa emissão?
Como otimizar essa emissão?
Quais companhias posso voar?
Fatores a considerar
Comentário

O Resgate de Primeira

Rota: Singapura – Londres
Programa: KrisFlyer (Singapore Airlines)

Neste quinto post sobre os resgates que fizemos durante a minha última Volta ao Mundo, mostro uma viagem emitida pelas milhas do programa Krisflyer. Infelizmente, esse é um resgate dos mais difíceis do mundo das milhas, especialmente para dois passageiros, de modo que tive que me render a emitir na tarifa AAdvantage – o que já é algo quase milagroso, para dois pax, para voar na suite do A380.

Como já mencionei aqui em outras oportunidades, a Singapore Airlines não libera vagas em Primeira Classe para os parceiros – excepcionalmente, libera em voo mistos na curtíssima rota CGK-SIN, no 777 -, sendo que nessa rota, SIN-LHR, que é a maior operada pelo A380 da companhia – único modelo que conta com a nova Suite de Primeira Classe -, raramente libera vaga award até mesmo para o programa próprio. Até é possível encontrar com certa frequência uma ou duas vagas nas rotas médio-curtas intra-Ásia, incluindo os dois destinos na Índia (Delhi e Mumbai), mas para essa rota, quase impossível.

Nós, inclusive, voamos na rota Delhi-Singapore em março de 2023, então me elegi esse voo SIN-LHR, que é o maior de todos operados em aeronave equipada com Primeira Classe, como um desafio pessoal a ser alcançado. E finalmente realizei esse ano, depois de levar “muito fora” nas listas de espera! rs E melhor: consegui encaixar, com perfeição, numa viagem de Volta ao Mundo que já estava em montagem, cujo ponto central era a estadia no St. Regis Bora Bora, na data exata do aniversário de casamento.

E como já mencionei, o meu desafio pessoal não era somente conseguir vaga na Primeira Classe SIN-LHR – eu já tinha emitido esse voo ano passado, mas acabei cancelado, e voando First da Lufthansa, porque não consegui encontrar disponibilidade no A380, que permitisse mudar o voo. Na minha avaliação, essa é a cabine mais incrível da aviação comercial regular (não comparo com o The Residence, porque se trata de produto de nicho).

A cabine é linda, requintada, moderna e muito espaçosa, contando com apenas 6 suítes, dispostas no layout 1-1, nas três primeiras posições da frente do primeiro andar do A380. Não precisa dizer o quão ampla é a cabine, dizendo que tem apenas 2 cabines por fila, no A380, que é o maior avião comercial em operação.

Acesso ao Lounge Private Room, dentro do Lounge de Primeira Classe no Aeroporto de Singapura Changi

Como sempre fazemos nessas matérias, simulamos voos partindo e/ou conectando no quartel-general das companhias aéreas, porque em regra é aí onde estão os melhores lounges dessas empresas, sobretudo para os passageiros de Primeira Classe.

Em Singapura isso não é diferente. Aliás, o próprio aeroporto já é uma atração, sendo um dos mais bonitos e premiados aeroportos do mundo na última década.

Pensando nisso, sempre procurei passar em conexão ou partir de lá, das vezes em que tive a felicidade de voar na First da Singapore Airlines, em grande parte pela experiência incrível de desfrutar do icônico Private Room, que foi reaberto em meados de 2022, junto com a completa reconstrução dos SiverKris Lounges de Executiva e Primeira Classe do T3 de Changi.

Após fazer o check-in exclusivo para passageiros de Primeira Classe – inclusive com acesso especial para passar a imigração – você terá acesso ao Lounge de Primeira Classe SilverKris Lounge.

Tendo tempo suficiente, poderá curtir um pouco esse lounge, que é destinado aos passageiros da Primeira Classe da Singapore, assim como das demais companhias Star Alliance, antes de se dirigir ao Lounge The Private Room, exclusivo para quem está voando nas Suítes/Primeira Classe da Singapore.

Faço destaques no The Private Room: o restaurante à la carte, com comidas e bebidas de alto padrão e as salas de descanso equipadas com camas de gravidade zero, que são incríveis.

Como não tenho a paciência e habilidade de Fábio para fazer review, remete às matérias em que ele avaliou os equipamentos, no início de 2020 (embora antes da reforma), tanto do First Class Lounge da Singapore Airlines, quanto do The Private Room by Singapore Airlines.

Quanto custa essa emissão?

Como mencionou, tive que me conformar com o custo elevado do resgate pela tabela Advantage, que é a mais cara do programa, dado que se já é virtualmente acertar numa loteria, conseguir duas vagas na Suite de First, na tabela Advantage, é absolutamente impossível tentar a sorte na tabela Saver (que cobraria valores consideravelmente mais baixos).

Assim, para voar entre Singapura, Zona 1, e Londres, enquadrado como Zona 11 (Europa), são cobrados 225.500 milhas Krisflyer para voar em First, na tabela Advantage (custaria apenas 141.000, na Saver).

Não é uma emissão nada barata, é preciso reconhecer, mas vale os paranauês para gerar cada milha, as 14h de curtição dessa experiência memorável que é voar na Suíte de Primeira Classe da Singapore Airlines, num misto de luxo, beleza e sofisticação do hard-product, com um serviço que é nada menos que excepcional!

Como fazer essa emissão?

Encontrando disponibilidade

Como já tinha feito a emissão antes em uma data que passou a não me servir, em função das mudanças de plano, optei por manter o resgate e monitorar o surgimento de vagas. Numa dessas “caçadas”, vi que surgiram, milagrosamente, as duas vagas que se encaixavam exatamente na data que precisava. Como a intenção era fazer uma pequena alteração de rota, precisei ligar para Singapura, na madrugada do Brasil, início de manhã por lá, e consegui, via call-center, fazer a alteração, pagando as taxas devidas com cartão de crédito, através de link enviado por email.

Realizando a emissão

Esse é um voo que, em regra, emite-se online, e foi como procedi na emissão original. Mas, no caso específico dessa mudança, acabei fazendo on-line, porque envolvia a retirada do primeiro trecho, já que originariamente estávamos partindo de Jakarta, na Indonésia e conectando em Singapura. Como na nossa programação de viagem, decidimos que ficaria inconveniente ir até a Indonésia, precisei realizar o procedimento via Call-Center, ligando para a sede do programa, em Singapura.

Vale observar que realizei a reemissão com pouco menos de 3 meses para a viagem, o que achei excelente, dada a dificuldade regular de encontrar duas vagas em Primeira Classe para a rota, especialmente na Suite do A380.

Detalhe para a ótima taxa cobrada pelo programa, de apenas 62,20 dólares cingapurianos.

Como otimizar essa emissão?

Essa é mais uma ótima emissão, mas esteja ciente de que não é fácil gerar milhas Krisflyer – em situação de normalidade -, inclusive porque o programa, ao contrário da nova trend do mercado global, não oferece milhas para venda direta. O que é possível, é pagar pelas milhas faltantes para completar um resgate, mas essa é uma hipótese que raramente é viável, porque o CPM ultrapassa R$ 200.

A opção viável, portanto, é enviar milhas de cartões de crédito internacional, ou do único parceiro financeiro do mercado brasileiro, o MR Reward dos cartões American Express Santander.

Os cartões do portfólio do Membership Reward da American Express Santander são Centurium (Black), The Platinum Card e Gold, com pontuações respectivas de 4,2, 2,2 e 1,2 pontos por dólar gasto.

Com isso, será necessário gastar cerca de R$ 14.500 (Centurion/Blck), R$ 27.700 (The Platinum Card) ou R$ 50.800 (Gold), para gerar cada bloco de 10.000 pontos MR, que se transformarão em milhas Krisflyer.

Temos, assim, que seria necessário um gasto de elevados R$ 326.000 no Centurium (Black), R$ 624.00 no The Platinum Card e R$ 1.145.000 no Gold (absolutamente non-sense) para gerar as 225.500 milhas Krisflyer necessárias para o resgate.

Possivelmente, não haverá dificuldade alguma para o titular do Centurium, ter gastos dessa ordem, em período até inferior a um ano, de modo que o bilhete poderá ser emitido apenas com o uso do cartão para gastos orgânicos, para esse nível de cliente. Para os clientes Platinum, a situação já fica bem complicada, sendo inviável para o portador do Gold, que vamos desconsiderar.

Apenas para fins comparativos, vamos considerar o uso – ainda que haja dúvidas e polêmicas sobre pontuar, ou não – em carteiras digitais, desses cartões Centurium e Platinum. Considerando a menor taxa do Recarga Pay, de 3,89%, teríamos um investimento de R$ 12.681 (Centurium) e R$ 24.273 para o The Platinum Card, para gerar todas as 225.500 milhas Krisflyer necessárias para o resgate através de meios pagos (tarifas de app que, repita-se, há polêmica sobre pontuar, ou não).

Diferença para a tarifa comercial

Quando comparamos o custo desse bilhete award, com o valor da passagem pagante, podemos constatar quão vantajoso é esse Resgate de Primeira:

O valor da passagem pagante é de mais de R$ 55.000 reais – afora as taxas, cerca de 4,5 vezes o custo das milhas geradas no Centurium e mais que o dobro, usando o The Platinum Card utilizadas no resgate.

Quais companhias posso voar?

Companhias da Star Alliance

Como a Singapore integra a aliança global Star Alliance, em tese seria possível voar na Primeira Classe da ANA, conectando em Tóquio, ou da Thai Airways, conectando em Bangkok.

Como essas companhias permitem o acesso ao acervo de Primeira Classe por outros meios, entendo não fazer sentido gastar as raras milhas KrisFlyer com emissão que não seja a Suíte de Primeira Classe da própria Singapore.

Na avaliação desse editor, a nova Suíte de Primeira Classe da Singapore, é a melhor, mais bonita e elegante dentre todas as cabines em operação no mercado, especialmente para quem viaja de casal, pela possibilidade de transformar 4, das 6 suítes individuais, em duas cabines duplas, removendo-se a divisória lateral que as separa.

Além disso, o serviço de bordo da Primeira Classe tem a assinatura de prestigiados chefs de cozinha e sommeliers, inclusive com opção de escolha e reserva de pratos antes do embarque, on-line.

Bebidas premium estão disponíveis durante todo o voo, como champanhes Krug Grande Cuvée, vinhos brancos e tintos de altíssimo padrão, além do prestigiado whisky Macallan single-malt e do Cognac XO – Hennessy.

Fatores a considerar

Possibilidade de incluir um trecho extra CGK-SIN, SEM AUMENTO DE CUSTO: pensando exclusivamente na experiência de voo, esse resgate permite a inclusão do trecho Jakarta para Singapura, sem aumento de custo, voando na Primeira Classe do Boeing 777 da Singapore. Esse, inclusive, era meu resgate original, que acabei alterando por questão de conveniência. Vale o registro, contudo, se ir até a Indonésia é algo que se encaixa bem na sua viagem;
Viagem é um dos melhores investimentos que podemos fazer: viajar é uma experiência emocionante e enriquecedora. Quando temos a chance de desfrutar de benefícios especiais, como resgatar passagens com milhas para voar em cabines premium, a aventura se torna ainda mais memorável. Se você está em busca de uma oportunidade para voar com conforto e estilo, essa é mais uma das ótimas dicas que compartilhamos com você semanalmente.

Comentário

Esse é mais um bom exemplo das dezenas de boas oportunidades de emissões que temos a explorar no nosso microcosmos de milhas e pontos, como falamos no post inicial dessa série semanal.

Nessa matéria, trouxemos uma boa oportunidade de uso das milhas do programa KrisFlyer, novo parceiro do Membership Rewards do Amex do Santander, para voar na excepcional nova Suite de Primeira Classe do A380 da Singapore Airlines.

Esse, sem dúvida, é mais um dos ótimos resgates do nosso universo de milhas e pontos.

E você, já conseguiu ter essa experiência incrível de voar na Suite da Singapore Airlines?

☞ confira alguns resgates publicados: